terça-feira, 30 de junho de 2009

Os ritos



Nascemos, vivemos e morremos.
Mas o que acontece entre o inicio e o fim é o que marca uma vida, desta forma nossas atitudes são determinantes para avaliação deste percurso.
Ao nascermos, contamos com o prestigio de nossos pais e familiares, que estarão conosco na cerimônia de batismos (para os católicos) apresentação (para os pentecostais), no primeiro ano de aniversário, por toda dificuldade que existia antigamente para uma criança chegar nesta idade, faz-se grande festa, ainda hoje mantida a tradição, quem vem comemorar são ainda os amigos de nossos pais e seus filhos da mesma faixa de idade, já buscando iniciar relações futuras para o aniversariante.
Aos quinze ou dezoito anos, no primeiro para meninas e o outro aos meninos, iniciamos outra fase aonde quem vem festejar são familiares, alguns poucos amigos muito próximos dos pais e os amigos do aniversariante, iniciando sua rede pessoal, que serve como forma de apresentar este jovem a sociedade.
No Casamento, igualmente temos a família dos noivos, amigos dos pais – normalmente os mais importantes – e a grande rede de amigos dos noivos, onde é anunciado para a comunidade que uma nova família se forma. O inicio marcante serve para anunciar que a busca pelo prestigio, reconhecimento pessoal e poder, iniciam-se também nesta nova unidade familiar que se fortalece através da união destas duas famílias, ou seja, ambas estão fortes e atuantes na sociedade, inclusive demonstrando seu poder financeiro e prestigio através da dimensão da festa, numero de convidados e das pessoas importantes presentes nela.
Temos neste momento quase que um ciclo encerrado, não fosse pela ausência até o momento da única certeza desde o início do ciclo.
Mas antes disso vamos discorrer sobre os aniversários ao longo dos anos de vida, que atualmente ocorrem cerca de 75 vezes, para que comemoramos estas datas, inicialmente para mostrar que existimos, vencemos barreiras, iniciamos novas fazes, quando adultos continuamos a fazê-lo para comunicar a sociedade que ainda estamos no “mercado” ou seja vivos e atuantes, que progredimos – isso demonstramos através da festa – uma forma de agradecer a todos que nos são caros e principalmente a vida por sua generosidade, a demonstração de sucesso esta na quantidade de pessoas nas festas e nos locais cada vez mais sofisticados onde festejamos...
E quando chega a morte... o último ato onde nosso corpo que carregou nossa essência durante esta trajetória estará junto, que é a forma pela qual a maior parte das pessoas pode ter como referencia de outro ser, através da imagem, do contato, ver e sentir... o que devemos fazer, como proceder, esta é a pergunta.
O que significou para sua família, amigos, colegas e conhecidos, sociedade e comunidade, que legado foi deixado, todas estas questões devem ser analisadas para que não cometamos nenhuma injustiça com a memória da pessoa que parte neste momento.
Qual a forma mais adequada de valorizar esta vida...
Voltaremos neste tema mais profundamente num próximo momento, hoje apenas uma rápida pincelada para dizer que os ritos de passagem, são fundamentais para a existência dos seres humanos, estando inseridos em nossas vidas apenas aguardando para serem decifrados.
Neste artigo, busco fazer uma homenagem aos meus amigos, colegas e conhecidos mesmo que apenas de internet, pela homenagens e mensagens recebidas pela passagem de mais um ano, com o privilégio do convívio com vocês.

Saúde e Paz
Paulo Coelho

Morre um ASTRO


O significado da morte é algo que pode mexer com o mundo, com um continente, com um país, uma região, um estado, uma cidade, um bairro, uma rua ou uma residência.
Mas indubitavelmente mexe com pessoas, seja em grande número como nos casos de morte de artistas ou poucas pessoas nos casos de cidadãos comuns.
O que se pode observar é que este fato que é o mais certo de todos a partir do nascimento é marcante para a sociedade, os desastres como nas quedas de aviões, das torres de Nova York, mexem com mais pessoas do que os casos de óbitos de desconhecidos que falecem de causas naturais, apenas diferindo o nível de valoração externa dada a cada caso.
Independente do falecido, o que se busca sempre não é apenas anunciar uma morte, mas sim celebrar aquela vida que foi vivida, esta é a função do velório na atualidade, e para que possamos atuar de forma adequada, precisamos tratar cada família que chega a nossas empresas como se estivéssemos recebendo o Rei da Inglaterra para tratar da morte da Rainha, ou a primeira dama do Brasil para tratar do velório do Presidente, devemos estar prontos a cada dia a cada segundo para efetuarmos o atendimento de nossas vidas, em termos comerciais e humanos.
Não importa se quem nos procura é morador da vila, que não tenha reconhecimento ou prestigio social, se quem morreu é um “marginal” ou é autoridade, que nos basta saber é que estamos sendo procurados para tratarmos das homenagens póstumas a um ser humano, que para algumas pessoas era mais importante que todas as celebridades juntas. Nossa missão esta em confortar e acolher a família, através do profissionalismo, sem se envolver sentimentalmente, tendo em vista que a busca da família não é por pessoas para chorar junto, mas por profissionais, que com a sensibilidade de ser humano não a trate como mais um.
Esta distinção faz com que as empresas se diferenciem vender caixão e levar para o cemitério, qualquer um pode fazer, mas acolher a família, buscando saber o que ela necessita e não sabe, esse é o diferencial das empresas de sucesso e das demais empresas. Importante salientar que o sucesso da empresa não esta na conta bancaria ou nas instalações, mas sim na forma com que se conduzem os procedimentos internos, o que não aparece, como no laboratório de Tanatopraxia, nos investimento em qualificação dos profissionais, tanto no atendimento quanto nas áreas de retaguarda.
Não importa a classe social, todos os familiares querem o melhor para seu ente querido, seja como forma de resgate, seja como meio de agradecer por valores aprendidos, amor recebido ou por não saber expressar quando este ainda estava vivo, nosso papel é descobrir de que forma podemos ajudar estas famílias a resgatarem estas questões, pois o momento de chorar é este, durante o velório, nenhum choro irá suprir este que deixou de ocorrer durante o velório, podendo ocasionar uma elaboração do luto problemática que pode levar a depressão outros males da saúde.
Tratar como se todos fossem celebridades e que estamos organizando um velório para comemorar uma vida vivida, esta é a mensagem que divido com vocês meus amigo e colegas.
Saúde e Paz

Paulo Coelho

domingo, 28 de junho de 2009

Primeiro caso de óbito por Gripe Suína ou H1N1

Iagem: Internet - google - 28/06/09
Neste domingo ocorreu o primeiro caso de morte por vírus da Gripe H1N1 na cidade de Passo Fundo - RS.
Até o momento não foi editada norma ou tipo de cuidado necessário para tratamento em caso de óbito por este tipo de vírus.
Com esta preocupação a ABT e ANEF, buscou informações em diversos compêndios, jornais e autoridades sanitárias para saber como proceder em caso de óbito, por esta causa.
Tendo em vista que se trata de vírus, semelhante ao da gripe comum, assim se propaga pelo ar, através de ambientes fechados, pelo espirro, tosse, secreções seja nasal ou bucal.
As autoridades recomendam que não se utilize ambientes coletivos fechados, buscando sempre que possível arejar/ventilar bem estes locais e lavar bem as mãos, seguidamente ou após manuseio de animais, lixo, outras pessoas, materiais coletivos e antes de refeições.
Quanto a manuseio de cadáveres, é fundamental a utilização de EPI´s completos, jaleco, botas, luvas, óculos, mascara, neste caso com filtro biológico e após descartar o material de forma adequada, após o uso, sem haver contato com os descartáveis contaminados, outra preocupação é quanto a preparação, que deve ser feita em laboratório de Tanatopraxia, com ventilação adequada.
O procedimento mais indicado é a Tanatopraxia, onde há a higienização completa interna e externa do cadáver, com a aspiração posterior, retirando gases e líquido do pulmão, inserindo-se liquido conservante que evitará a propagação ou formação de gases que posteriormente poderia ocorrer a expulsão destes para o meio ambiente, normalmente no velório, que, em via de regra é local fechado, portanto pouco ventilado.
Por precaução não transportar o cadáver na urna definitiva, utilizando urna de fibra para busca em hospital ou IML/DML, a roupa da mesma forma, deve ter contato com o cadáver apenas após a Tanatopraxia.
O Agente funerário e todos que tiverem contato com o cadáver devem se proteger com luvas e mascara do tipo filtro biológico e lavar bem as mãos e rosto após esta proximidade.
A urna recomendada para o procedimento de Tanatopraxia é urna normal, mas recomendamos que seja com visor fechado, nos casos de não submetido a Tanatopraxia é fundamental que se utilize urna de zinco ou fibra, lacrada através de estanho, chumbo ou fibra de vidro, permitindo que esteja hermeticamente fechada.
Lembrem-se que o maior bem que o agente funerário tem é sua saúde, assim não devemos nos descuidar, ao mesmo tempo nossa maior responsabilidade é garantir que as famílias não levam para casa nada alem da saudade do falecido, nos cabe trabalhar para garantir a salubridade das famílias que nos contratam.
Saúde e Paz

Paulo Coelho

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A conquista do cliente

As empresas buscam a cada dia conquistar clientes, dentro de um Mercado de livre comercio, este tema desperta interesses dos empresários, que investem grandes somas em busca da formula ideal, dentro do serviço delegado isso muitas vezes é problemático.
Os serviços delegados que tem como predominância, ser um monopólio ou oligopólio, muitas vezes prejudica a comunidade pela falha ocasionada em virtude da falta de concorrência, garantindo aos prestadores serviços menos eficazes, valores mais elevados e baixos investimentos.
Podemos ter como exemplo o caso do município de São Paulo, onde há inúmeros problemas de ordem administrativa, taxas elevadas em relação ao serviço oferecido, muitas pessoas estranhas atuando no segmento, acarretando problemas para os usuários, há também os locais onde as centrais determinam quem deve executar o serviço, obrigando desta forma a população aceitar determinados prestadores de serviços que não o de sua preferência, por outro lado há também locais onde as centrais possibilitam que a família primeiro escolha o prestador de serviço, mas caso não queira exercer seu direito, poderá ser indicado um prestador, sem a obrigatoriedade de contratação.
Vamos analisar pelo ponto de vista do empresário nesta primeira situação aonde o cliente chega a sua empresa sem que possa optar por outra, qual a motivação para a conquista de novos clientes, porque esta empresa iria investir em sede, laboratório de Tanatopraxia, veículos adequados, capelas, qualificação da equipe na área de atendimento ao publico, inovar através de serviços de cerimonial, atendimento psicológico, social entre tantas outras possibilidades de diferenciação, se o cliente que entra em sua empresa não poderá retornar.
Pela minha experiência, adquirida através da generosidade de colegas que sempre me receberam em suas empresas posso garantir, que esta forma de negócio não é a mais eficaz, pode até dar retorno em curto prazo, mas a médio ou longo irá se mostrar destrutiva, uma vez que a empresa não adquire identidade junto à comunidade onde esta instalada.
Exemplo claro do ponto de vista positivo do ivestimento é o que ocorre na cidade de Caxias do Sul, onde a há três empresas, onde os empresáros poderiam ter se organizado e criado barreiras legislativas para garantir o mercado, mas ou invés disto decidiram pelo investimento, criando dois centros funerários fantásticos, com capelas, laboratório de Tanatopraxia, alem de um dos grupos ter implantado um crematório que atende todo o Estado do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina, o investimento constante no mercado é a marca destas duas empresas, como temos muitos outros exemplos Brasil a fora, como é o caso do Grupo Cooper de Curitiba que tem alem da sede da empresa tem as salas velatórias magníficas e também investiu em crematório no Estado de Santa Catarina na cidade de Camboriu.
O que deve ser repensado é a questão de planos funerários desvinculados a empresas funerárias, laboratórios de Tanatopraxia sem funerária, terceirização de veículos a empresas estranhas ao segmento, ou seja, questões de abertura do setor para outros ramos que não sejam os funerários. Entendo que planos e seguros tenham que pagar pelo que estão vendendo efetivamente, sem que haja grandes descontos e possibilidade de “leilões”, para isso não ocorrer cabe aos diretores funerários se organizarem, e no tocante ao poder publico, fiscalizar que tipo de serviço é vendido e que qualidade é entregue, não sendo permitida a troca de urna como ocorre em Curitiba, por exemplo, que o plano paga o padrão básico à empresa funerária e depois troca de urna durante o velório, deixando a despesa para a funerária e retendo o lucro.
Mesmo nosso mercado sendo essencialmente público e delegado a iniciativa privada, havendo mais de uma empresa na cidade, deve ser respeitado a liberdade de mercado, onde a família enlutada deve sempre ter o seu direito de escolha assegurado.
Espero que as prefeituras onde exista este tipo de problema percebam o mau que estão fazendo para o desenvolvimento do mercado e o prejuízo acarretado às famílias, revogando certas determinações que proíbam as famílias de optar pelo seu prestador de serviço.
Saúde e Paz

Paulo Coelho