O Brasil esta preparado para enfrentar casos como este
ocorrido em Santa Maria?
foto:folhadoserao.com.br
A resposta é não, nenhuma cidade consegue absorver um
elevado número de ocorrências como esta, seja para atender feridos, seja para
falecimentos.
Na maior cidade da américa do sul, São Paulo, onde ocorrem
mais de 300 óbitos dia, se ocorrem um acidente de proporções da magnitude deste
do centro do estado do Rio Grande do Sul, ou como aquele do voo da TAM, também sofreia
para atender esta demanda. Considerando ainda que a proporção do tamanho da
cidade é ligado ao número de pessoas que estarão nas casa noturnas, que é o que
se trata no momento, quanto maior a cidade maior o risco.
Significa que se numa casa noturna em Santa Maria, por
exemplo, a capacidade é para 1000 pessoas, em Porto Alegre poderá ser de 2000,
e em São Paulo, poderá ser para 5000, o que dificulta muito mais, quanto maior
o tamanho da cidade, considerando que os jovens tendem a estar nos “lugares da
moda”.
Mas isso também serve para casos de desastres aéreos, marítimos
e terrestres, que podem vitimar muitas pessoas numa única vez.
O melhor é combater tais possibilidades através de normas de
seguranças e protocolos, mas quando ocorre o pior o que fazer?
Hoje, no Brasil não temos nenhum programa para amparar estas
situações de crise de forma completa e multidisciplinar, o que deveria ser
criado com urgencia, um programa com a defesa civil nacional e regional,
serviços de psicólogos especializados em perda e luto, com IML/DML e
Tanatopraxistas – profissionais que cuidam da preparação e conservação de cadáveres
-, todos formando uma força tarefa, que sejam convocados e mobilizados, sendo
levados para o local que os necessitem. Esta força tarefa poderia ser
semelhante a equipe de desastre em terremoto que existe no México. A voluntariedade
pode ser uma forma de viabilizar esta construção.
Acredito que mesmo o Exército Brasileiro, Marinha e Aeronáutica,
em missões no Brasil e no exterior deveriam ter Tanatopraxistas em seus
quadros, para que em caso de necessidade, possa repatriar seus militares.
Cabe ao Governo Federal pensar nestas questões que pode
ocorrer a todo momento, por mais que haja trabalho de prevenção, para que no
momento de necessidade a população tenha suporte, no mínimo para receber seus
corpos para velar e se despedir de forma ágil e sem riscos a salubridade
publica, sei que esta declaração pode perecer simplista, mas tenham certeza que
dentro desta situação de perda, uma das formas de amenizar a dor é através da
despedida digna de seus familiar, mesmo sabendo que a dor permanecera, mas que
o luto inicia a ser elaborado, com este momento, encerrando este ciclo inicial.
Saúde e Paz
Paulo Coelho
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