Com
a conclusão preliminar que os Bombeiro não fizeram laudos como deveriam, que
licenças da Prefeitura permitiram que a boate funcionasse de forma irregular,
trouxe a tona problemas em decorrência destas falhas iniciais que foi no
momento de o atendimento da ocorrência do incêndio, pela falta de pessoal e material
em número suficiente para não expor civis ao perigo de resgate sem a devida
preparação.
Paulo
Coelho
Que
o Estado não investe em setores como segurança, saúde e educação o que deveria,
é mais que sabido.
No
caso da segurança que é o que esta mais em evidencia neste momento pós traumático
em virtude do ocorrido em Santa Maria RS, podemos registrar dois aspectos que
retratam muito bem esta situação que necessita ser modificada.
No
ano de 2000 foi assinado pelo Sindicato das Funerárias do RS e o Governo do
Estado do RS, convenio para organizar e coordenar o sistema de remoções de
corpos vitimas de mortes violentas e suspeitas, ocorridas no Estado, com exceção
de Porto Alegre. Este convenio que foi um marco para moralização e organização
deste serviço no interior foi criado de forma gratuita para o Governo Estadual,
sendo arcado pelas empresas envolvidas no processo, através de um sistema de
rodizio para as remoções. Convenio este renovando em 2004, e teve seu ápice com
mais de 580 empresas dentro do sistema em 2007, agilizando o serviço a
comunidade e tirando do Estado a obrigação que ele tem de transportar os corpos
para necropsia, vitimados por causas externa, suspeitas ou violentas.
O
Estado alega não ter condições de dispor de veículos e pessoal para fazer este
trabalho, lembramos ainda que muitos postos do Departamento Médico Legal,
funcionam em Cemitérios, Hospitais e Universidades, através de cedência de
local de entidades públicas e no passado até privada, algumas com fins
lucrativos e similares ou com interesses no resultado no serviço do DML. No
caso de Santa Maria por exemplo, os corpos falecidos, não foram ao Posto do DML,
por este não ter estrutura para receber a demanda, assim como o transporte que
foi feito por caminhões frigoríficos até o ginásio, mostrando falta de
condições técnicas para o funcionamento do sistema.
Já
melhorou muito desde que se criou o sistema, mas o Estado não tem previsão de
investimento para terminar com este serviço através da despesa das empresas
funerárias.
Outro
ponto que exemplifica esta falta de investimento é a SVO – Serviço de
Verificação de Óbito, em Porto Alegre o
prédio no fundo do DML, junto ao Palácio da Policia, esta pronto a mais de três
anos, mas não há investimento em pessoal e equipamento para inicio das
atividades deste serviço. Atualmente cerca de 40% dos exames necroscópicos realizados
nos cadáveres que ali são trazidos não tem necessidade de ser submetido a este
procedimento. Lembrando que há portaria em vigor do Conselho Federal de
Medicina e outra conjunta da Secretaria da Saúde e da Segurança Pública do
Estado do RS, que proíbe que o DML – Departamento Médico Legal, realizar
necropsia em cadáver que não proveniente de morte suspeita ou violenta, o que
vem sendo desrespeitado a muitos anos.
Poucos
são os locais no Brasil onde o transporte de cadáveres não é feito por empresas
funerárias, as suas custas e ainda menos são os locais que o Serviço de
Verificação de Óbito – SVO, estejam funcionando.
Esta
na hora de mudarmos esta realidade, o estado tem que assumir seus compromissos,
fazendo jus ao que nos é cobrado na forma de impostos.
Enquanto
isso a população sofre por serviços ineficientes e muitas vezes feitos por
voluntários sendo expostos a riscos que não poderiam.
Saúde
e Paz